Num acto admirável,
enchido de irritação,
peguei livro abominável
e atirei-o ao chão.
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Ao chão o deitei,
no solo não ficou.
Nem sequer reparei
mas o objecto voou!
_
Olhei p'ra ele entao,
inundado de admiração.
Enquanto me pasmava
o livro plananva!
_
Raio do livro,
deu-lhe p'ra voar
mas que porcaria!
Se quisese andar
de pernas no ar
no fim cairia!
Proem o objecto
andava a planar
como se fosse recto!
_
Da boca p'ra fora
disse-lhe na hora:
"Mestre livro voador,
que é isso de voar
- já me esta a enervar-
pois todo meu labor
não consegue saber
- e queria compreender-
como se tornou planador?"
_
Para mim olhou
mas resposta negou
voador, tal Senhor,
não fala com admirador.
_
Tocaram-me e acordei
- como dormi nem sei-
no chão o livro estava
e todos me perguntavam
porque não o apanhava?
_
Triste o agarrei
pois so quero saber
aquilo que não sei
e o que me 'tao a dizer
de o saber cansei!
2 comentários:
uma imaginaçao fertil, um objecto inocente e tu fizest o favor de o juntar a tua imaginaçao e brincar com ele... bom saiu este poema ironicamente excelente X)
gostei imenso
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realmente... cada vez surpreendes-me mais!!! Um poeta sensivel, um escritor admirável e... ainda melhor amigo!!! Tiro o meu chapeu a si... espetaculo de imaginação!
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