sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Amo sonhando

Vejo-te caminhar
Pelo meio do deserto,
Calmamente a andar
De sorriso aberto.

Prefiro-te a qualquer miragem
Pois és a mais bela imagem.
És a fonte donde quero beber
Todas as gotas de amor sorver.

Pois és a água mais pura,
O sumo com mais sabor,
O leite repleto de ternura,
O alcool preenchido de ardor.

Se amar é pecado
Deixa-me ser pecador,
Deixa-me ser teu amado,
No inferno que venha a dor.

Desde que possa amar
E contigo partilhar
Cada momento que viver
Sofrerei o castigo que merecer.

Aconteça o que acontecer
Quero estar contigo.
Cada segundo sem te ver
É apenas tempo perdido.

Não preciso de te beijar
Para saber que te quero,
Para saber que te amo,
Para te poder adorar.

No entanto um beijo teu
É todo o sonho meu,
É tudo o que sonho ousar,
Neste sonho que é amar.

I think of you

Your kiss upon my cheek,
Your body against my meat,
Your face at my window,
Time passes slow,
When you’re near my,
Closer couldn’t it be…
Your smile wakes me every night
Preparing me for every day’s fight
‘Cause you’re the source of light
That my heart enlights
My love for you
Which shines brightly
In everything I do.
When I’m down and crappy
I think of you,
Hoping the same you’ll do
And then turn happy.

eu, tu e o infinito

Cada olhar que me deitas
Percorre-me a espinha
Magoa-me mas penso:
“Quando serás minha?”

A resposta que ouço mais
Doi-me como tudo: “Jamais!”
Sou eu que a digo
Preenchido de receio tremido.

Ignoro sempre que posso
Ignoro tudo, até o mundo,
Mas lembro tua face doirada,
Que me alegra, minha amada.

Perdidos no tempo,
Encontrados no pensamento
Não importa onde estamos
Mas sózinhos nos juntamos.

Unidos no nada
Só eu e tu
De tudo despidos,
De tudo nus.

Nada nos rodeia,
Apenas o infinito,
Que em nós semeia
Amor e delito.

Estamos tão perto
Que até é certo
O amor que em mim permanece
Quando teu sorriso me aquece.

Abraço teu corpo
Tu respondes ao abraço
Como um ficamos
Perdidos no espaço.

Juntos no infinito
Nada importa mais
Que o teu sorriso,
Mais belo que os demais.

O nada nos une
E nada nos separa
Voamos a mil à hora,
Para sempre e agora.

Somos interrompidos,
Um grito qualquer
Impediu-nos de prosseguir,
Nosso antro de prazer.

Separados de novo
Mas para sempre juntos
Olho as estrelas
E mesmo sem vê-las

Sei que há duas,
As mais belas que são
Como minhas mãos
Agarrando as tuas.

Vivi na caverna

Abri os olhos o mais que pude
Mas só vi a escuridão,
Era tudo negro.

Sombras disformes gritavam-me
E eu tentava ouvir
Mas eram apenas surdos ecos,
Distorcidos por tudo e por nada.

Não os distinguia
Nem conseguia perceber
Se alguma coisa
Queriam dizer.

O ar que respirava
Era mais que frio, congelante.
Meu bafo evaporava-se
Num fumo cego.

Sentia algo de duro,
Sólido, sustentar-me,
Mas debaixo de meus pés
Nada me agarrava.

Tentei falar
Mas nao conhecia
Minha propria voz,
Rouca e perdida
Na escuridão atroz.

Por sorte nunca me habituei,
Tinha que haver mais que isto.
Uma verdade inaudita
No meio de tanta merda maldita.

Então vi uma luz
Depressa me seduz
E me fez esquecer
Todo o tempo que passei
Sem nunca ver.

Vinha dum fogo
Que ardia
No meio da escuridao
A mim sorria.



O crepilhar do fogo
Entrou-em pelos ouvidos
Nitido e claro
Afastou o silencio.

Vi o fogo a meu lado,
Queimou-me mas adorei
O calor que sem nunca
Sentir sempre amei.

Finalmente vi
Mais do que eu
Ou do silêncio meu.
O fogo ardia
E em mim explodia.

Abri as mãos.
À luz do fogo vi
Minhas unhas gandes
Que dantes desconhecia.

Com elas rasguei
A pele que vivia em mim.
No fogo a queimei.

Do pútrido corpo que restava
Veio um grito profundo
Que fez tremer
A Terra e o mundo.

O poeta

O poeta nem é santo
Nem rei nem ladrão.
È apenas um humano
Que sente paixão.

O poeta não vive
No azul céu infinito
Nem nas profundezas do mar
Vive no meio da multidão
Sustendo a respiração
Tentando conter a sensação.

Não se destingue dos outros,
Vive como qualquer um
Isolado mas no meio
De todos e nenhum.

Ninguém segue um caminho.
Andam todos dum lado p’o outro
No centro está o poeta,
Parado, observando alerta.

Do pó foi feito
Em chamas se ergueu
Pelo ar rarefeito
A voz que não se perdeu.

Quando ao pó voltar
Vai continuar a inflamar
Um e outro corações
D’alguém perdido nas multidões.

O poeta perder-se-á
De cantar parará.
É isto certo e inevitavel,
Que por muito indomavel
Que o fogo arder
No fim irá perecer.

Apenas restará,
No céu ficará
A obra imortal
Num plano irreal.

Do céu iluminará
Todos os humildes homens
Que quiserem ver mais além
De beleza os ofuscará.


Fará ou não sentido,
É indiferente.
Apenas importa
Que seja demente.

As palavras não ditas

As palavras não ditas
Deixam-me andar torto,
Cabras e malditas
Corroem-me o corpo.

Um fogo ardente,
Destroi o meu ser,
Por tudo aquilo
Que deixei de te dizer.

O que não foi feito
Impede-me de andar direito
Obriga-me a curvar,
Meu ser ante teu olhar.

Quando tou p’ra te dizer
As palavras que me torturam
Aprisionam meu ser
E dentro de mim duram
Embora não as queira reter
Não consigo, por te querer.

Quando te viras
Só quero explodir
Dizer de vez
O que estou a sentir.

Mas calo-me por achar incerto
Querer teu coração aberto
Que o meu tanto bate
Que receio que me mate.

“Allea jacta est”
Pois o sorriso que me deste
Por mim decidiu
Só tu e meu mundo ruiu.

Muito tempo não aguento
Sem dizer o que sinto
Mas quando estou contigo,
Mais rápido é o momento
Que o meu pensamento
A arranjar palavras p’ra descrever
O quão bela podes ser.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

One day

Someday me and you
Will be less than two.
One day we'll become
No more than one.
For that day I can’t wait
But one single mistake,
One error, would destroy
The life we’ll both enjoy.
It will be more than fine
The day I’m yours and you are mine.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sorriso Teu

Tão envolvente,
Tão presente,
Sinto-te aqui,
Vejo em ti,
O céu sem fim.

Cujo azul me toma,
Em teus braços fêmeos
E assim me doma.

Será isto paixão?
Provávelmente não.
Neste mundo onde nada é certo
E a tudo mim liberto
Apenas tomo como garantido
Em teu rosto sorriso querido.

Como querido tenho
Aquilo que não é meu
Por certo roubo
O que é só teu.

Que será de mim
Se isso se esvanecer?
Inultimente vou perder
A eternidade a procurar
Algo tão doce para amar.

Será busca condenada
Pois melhor que teu sorriso,
Tão lindo e indeciso,
Não há mais nada.

sábado, 6 de outubro de 2007

O Velho

O velho entrou.
Seu olhar langue
Meu corpo trespassou,
Congelou-me o sangue.

Perdidos estavam
Seus olhos que fitavam
O infinito ou mais além.
Tudo isto sem ver ninguém.

Cego não era
ou não o parecia
mas olhar já dera
tudo o que poderia.

Nele ninguém notou
Era só mais um
Velho tão comum
Cuja vida já passou.

O eléctrico arrancou
O homem ficou
Parado no seu lugar
Sem sequer falar.

A viagem decorreu
Nele ninguem perdeu
Mais tempo a pensar
Até aquilo começar.

À sua volta álguem gemeu
Um grito indignado deu.
Não tardou que terminasse
Daquela gente dele afastar-se.

Só então reparei
Vi o que nunca sonhei:
O homem nem via,
Normal lhe parecia,
Da boca lhe caia
Saliva dali escorria.

Para geral tormento
Um único fio
De liquido nojento
- de baba e ranho –
Caia grosso e lento.

Ao principio foi nojo,
Repulsa e gozo
Como eu reagi
De seguida percebi.

Depois veio a pena:
Pobre do homem,
Nem sabia que fazia,
Decerto não o merecia.

Também eu fiz asneiras
- tive várias bebedeiras –
Mas não mereço castigo tal
Que nem saiba que faço mal.

Não quero andar
Aí pelos cantos
Afogar-me em prantos
Vendo o mundo passar
E não conseguir estar
Sem liquidos largar.

Se eu chegar à idade
Peço-vos por favor
Que façam de vosso labor
Aumentar a mortandade.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Destino

Vejo a teia do Destino
Prearar-me o caminho.
Como que por acidente
A vida corre, demente.

Não foi como planeado,
No fim vi-me tramado.
Éramos bastantes
Ficámos menos que dantes.

Fomos quatro: um casal
E dois que acabaram mal.
O romance anda pelo ar,
Era inevitável como iria acabar.

Os outros apaixonados
Afastaram-se enamorados
Os restantes trocaram olhados
Sózinhos e abandonandos.

Com tristeza eu sabia
Que era como ela queria.
De meus escritos de solidão
Ela inundava-se de paixão.

Ela veio até mim,
Contrariado o permiti,
Senti dela o calor
Na minh’alma dor.

Ela beijou-me
Eu recusei.
Porque não o aceitei
Mal eu sei.

Jovem mulher
Tão caida por mim
Mas não era a que eu queria
E nao conseguia fingir ser.

Não sei se foi,
Por egoismo puro
Ou se por ela
Fui duro.

Disse-lhe que não,
Recusei sua paixão,
Larguei sua mão
Que passou a agarrar
Perdido coração.

Senti-me mal
Quem era eu
Para recusar qualquer rapariga,
Ainda por cima uma tão querida?

Ja sabia que iria sofrer
Mas porque tive que passar
O sentimento de perder
A rapariga tão feliz?

Já sabia que ia acontecer
Mas nada podia fazer
Para evitar
Que o amor se fosse dar.

Destino cruel,
Traiçoeiro e infiel.
Se eu me dou a ti
Que queres mais de mim?

Com este dom que me deste
Já esperava que fosses agreste,
Mas porque te tiveste que dar
A quem não fez mais que amar?

PS: a versão porca fica para quem a conheceu e espero que se esqueçam disso e que nao marquem o poema com ela.

Poesia minha

Porque escrevo tão bem
Sobre o que não conheço?
Por tudo o que não sei
Percebo que não mereço.

Não devia ser assim!
Tinha que escrever mal e porcamente,
Para que tudo o que vem de mim
Fosse honesto e diferente.

É tudo trabalhado,
Destruido, retocado,
Fingido, desamado.

Os que não o são
Não os escrevo,
Pois são terriveis,
Brutos e cruéis.

Finjo tanto o que sinto
Que nem sei se minto
Poi não sei tambem
Se alguma vez senti
Aquilo que sonhei.

Hoje parece-me tudo falso,
Trabalhado p’ra ficar bonito,
Destruindo aquilo que sinto.
Mas amanhã farei um poema,
Pegando em pequeno sentimento´
Engradecendo-o como grande
E farei meu novo dilema
De meros pensamentos.

Nada virá do coração,
Seja de paixão ou solidão.
Vem tudo da minha testa
Aniquilando qualquer réstia
Do que chamamos sensação.

Tudo sera falso novamente,
Irão gostar certamente,
Pois sentirão a dor
Que eu nunca conheci
E apenas finji
Que um dia a senti.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Bovino

Quero dormir,
Ressonar,
Sumir,
Parar de pensar.

De que serve tanta reflexão,
Tanta guerra de pensamento,
Tanto esforço em argumentação,
Tanto desperdício de tempo?

Quero cair
P’ro lado,
Procriar e dormir,
Ser gado.

Porque não um boi,
Animal de grande porte,
Vida toda no pasto;
Isso é que era sorte!

Quero acordar,
Vaquinha comer.
O dia passar
A dormir e foder.

Vejo as vaquinhas
Invejo as cabrinhas
Sem nada p’ra fazer
Excepto viver.

Porque tenho d’acordar,
Correr e trabalhar,
Pensar, debater?
Animal nasci,
Animal quero ser!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Vou Ser

Acordei fora de mim
Cansado de ser assim,
Farto de ter sido
O que sempre fui.

A partir de agora,
A qualquer que seja a hora,
Serei sempre mais de mim,
Serei demais para ti.

Fodam-se as noites em branco
E os dias em pranto,
Foda-se a vida virtual
E tudo o que e banal

A vida é minha,
Faço dela o que quiser
Sou eu que a vivo
Mais vale viver.

Vou parar de sonhar
Na penumbra da noite.
Vou assisitir ao claro dia
Com toda a minha folia.

Vou aproveitar o que posso
A vida rapido esvanece.
Quero chegar ao fim e ouvir:
“Ele foi tudo o que quisesse!”

Serei tudo o que quiser ser
Serei mais que isso,
Serei algo a benzer
Serei algo a louvar

Entre os gritos do ceu, da terra, do mar,
Serei a sua voz mais alta,
Serei a voz a gritar
Com a força da ribalta
Nem que seja a cantar
Para todo o mundo ouvir
O farei rir
O farei chorar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Mulher de minha Ilusão

Quando te vi andar
No palco iluminar,
Como Sol que chegou
E em mim ficou.

Sobre as luzes da ribalta
vi-te vistosa e alta
cantando em plenos pulmoes
esplendorosas cançoes.

Fui-te ver sempre que podia
E sempre me surpeendias
Com cantigas de meu coração
inundandavas-me de paixao.

Quando entraste
Sozinha cantaste
Publico enfrentaste
Sorriste e amaste

Fizeste-me cantar
Fizeste-me amar
Fizeste-me sonhar
Fizeste-me olhar
Para ti,
Dona de meu coração
Mulher de minha ilusão.

Sempre que te vejo
Faço mais que sorrir
Quero gritar, explodir
Não conter meu desejo.

Na ilusao sonhei,
Ilusionado fiquei.
Meu sangue parou,
Mas a temporada passou.

Na ultima noite
Por ti chorei,
Só na plateia
Por ti cantei.

A peça acabava
Amanhã não voltaria,
Triste pensava:
A seguir, que faria?

Isto seria o fim
Então decidi
Nao acabar assim
Em teu rosto li,
A palavra era sim.

Podia ter acabado num sorriso,
Fui estupido e pensei
Que tudo era pouco
Depois do que sonhei.

Fui aos bastidores
- por ti esperei -
Coração de dores
Tua múscia trauteei.

Alegria mal contida
empurrei porta fehcada
vi-te na bebida,
a outro agarrada.
Meu coraçao fez ferida
Que jamais sera sarada.

Tamanha paixão,
Depressa se tornou
Destroçado coração,
Apenas repulsa ficou.

Sempre que te oiço,
Fujo de nós,
Actriz fingida,
Mulher desconhecida.

O Livro

Num acto admirável,
enchido de irritação,
peguei livro abominável
e atirei-o ao chão.
_
Ao chão o deitei,
no solo não ficou.
Nem sequer reparei
mas o objecto voou!
_
Olhei p'ra ele entao,
inundado de admiração.
Enquanto me pasmava
o livro plananva!
_
Raio do livro,
deu-lhe p'ra voar
mas que porcaria!
Se quisese andar
de pernas no ar
no fim cairia!
Proem o objecto
andava a planar
como se fosse recto!
_
Da boca p'ra fora
disse-lhe na hora:
"Mestre livro voador,
que é isso de voar
- já me esta a enervar-
pois todo meu labor
não consegue saber
- e queria compreender-
como se tornou planador?"
_
Para mim olhou
mas resposta negou
voador, tal Senhor,
não fala com admirador.
_
Tocaram-me e acordei
- como dormi nem sei-
no chão o livro estava
e todos me perguntavam
porque não o apanhava?
_
Triste o agarrei
pois so quero saber
aquilo que não sei
e o que me 'tao a dizer
de o saber cansei!